domingo, 16 de abril de 2017

Orações - Dia #07o - 12 dias preliminares


Orações nos 12 dias preliminares

7º Dia

Vinde, Espírito Criador

Vem, ó Criador Espírito,
As almas dos teus visita;
Os corações que criaste
Enche de graça infinita.

Tu paráclito és chamado,
Dom do Pai Celestial,
Fogo, caridade, fonte
Viva e unção espiritual.

Tu dás septiforme graça;
Dedo és da destra paterna;
Do Pai, solene promessa,
Dás força da voz superna.

Nossa razão esclarece,
Teu amor no peito acende,
Do nosso corpo a fraqueza
Com tua força defende.

De nós afasta o inimigo,
Dá-nos a paz sem demora,
Guiai-nos; e evitaremos
Tudo quanto se deplora.

Dá que Deus Pai e seu Filho
Por ti nós bem conheçamos
E em ti, Espírito de ambos,
Em todo tempo creiamos.

A Deus Pai se dê a glória
E ao Filho ressuscitado,
Paráclito e a ti também
Com louvor perpetuado. Amém.

Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado
E renovareis a face da Terra.
Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo,
concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas
consolações. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.


Ave, Estrela do Mar

Ave do mar Estrela,
De Deus Mãe bela,
Sempre Virgem, da morada
Celeste feliz entrada.

Ó tu que ouviste da boca
Do anjo a saudação;
Dá-nos paz e quietação;
E o nome de Eva troca.

As prisões a os réus desata
E a nós, cegos, alumia;
De tudo que nos maltrata
Nos livra, o bem nos granjeia.

Que os rogos do povo seu
Ouça aquele que, nascendo
Por nós, quis ser Filho teu.

Ó Virgem especiosa,
Toda cheia de ternura,
Extintos nossos pecados,
Dá-nos pureza e brandura.
Dá-nos uma vida pura,
Põe-nos em via segura,

Para que a Jesus gozemos,
E sempre nos alegremos.
A Deus Pai veneremos;
A Jesus Cristo também,
E ao Espírito Santo; demos
Aos três louvor. Amém.


Magnificat

Minha alma engrandece o Senhor,
e meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
porque olhou para a humilhação de sua serva.
Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada,
pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.
Seu nome é santo
e sua misericórdia perdura de geração em geração,
para aqueles que o temem.
Agiu com a força de seu braço,
dispersou os homens de coração orgulhoso.
Depôs poderosos de seus tronos,
e a humildes exaltou.
Cumulou de bens a famintos
e despediu ricos de mãos vazias.
Socorreu Israel, seu servo,
lembrado de sua misericórdia
- conforme prometera a nossos pais -
em favor de Abraão e de sua descendência
para sempre!

Tratado - Dia #07L - 12 dias preliminares


7º dia

I. Ofício Especial de Maria 
nos Últimos Tempos

49. A salvação do mundo começou por Maria, e é por Ela 
que se deve consumar. Na primeira vinda de Jesus Cristo, 
Maria quase não apareceu, a fim de que os homens, ainda 
pouco instruídos e esclarecidos sobre a pessoa de seu Filho, 
não se afastassem da verdade, apegando-se muito intensa e 
grosseiramente a Ela. Sendo a Virgem conhecida, é provável 
que isso tivesse acontecido por causa dos encantos admiráveis 
que o Altíssimo lhe tinha concedido, mesmo exteriormente.

Tanto assim é que São Dionísio Areopagita deixou escrito 
que, quando a viu, a teria tomado por uma divindade, - devido aos 
Seus secretos atrativos e à sua beleza incomparável -, se a fé, em que 
estava bem confirmado, lhe não tivesse garantido o contrário. 
Mas, na segunda vinda de Jesus Cristo, Maria tem de 
ser conhecida e, por isso, deve ser manifestada pelo Espírito 
Santo. Por Ela fará Conhecer, Amar e Servir Jesus Cristo, 
uma vez que já não subsistem as razões que o levaram a ocultar, 
durante a vida, a sua Esposa, e a revelá-la só muito pouco, 
desde a pregação do Santo Evangelho. 

50. Deus quer, portanto, revelar e manifestar Maria, a obraprima 
das suas mãos, nesses derradeiros tempos. 

1º. Porque Ela se escondeu neste mundo, e se colocou 
mais abaixo que o pó, em sua humildade profunda, tendo obtido 
de Deus, dos Seus Apóstolos e Evangelistas, que não fosse 
manifestada. 

2º. Porque Ela é obra-prima saída das mãos de Deus, 
tanto na Terra pela graça, como no Céu pela glória. Por isso 
Deus quer, por meio d’Ela, ser louvado e glorificado sobre a 
terra pelos viventes. 

3º. Sendo a aurora que precede e descobre o Sol da 
Justiça, Jesus Cristo, Maria deve ser conhecida e vista, para 
que Jesus o seja também. 

4º. Visto ser Ela o caminho por onde Jesus Cristo veio 
a nós da primeira vez, haverá de sê-lo ainda quando Ele vier 
pela segunda, embora de maneira diversa. 

5º. Como é Maria o meio seguro, a via reta e imaculada 
para ir a Jesus Cristo e para o encontrar perfeitamente, é por 
Ela que o devem achar as almas chamadas a brilhar em santidade. 
Aquele que achar Maria, achará a vida (Pr 8, 35), isto é, 
encontrará Jesus Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida 
(Jo 14, 6). Mas não a pode achar quem a não procurar; não 
pode procurá-la quem a não conhecer: pois não se busca nem 
se deseja um objeto desconhecido. É pois necessário que Maria 
seja conhecida mais do que nunca, para maior conhecimento 
e glória da Santíssima Trindade. 

6º. Maria deve brilhar mais do que nunca em misericórdia, 
em força e em graça nestes últimos tempos.
Em misericórdia, para reconduzir e receber amorosamente 
os pobres pecadores e extraviados, que se converterão 
e regressarão à Igreja Católica. 
Em força, para se opor aos inimigos de Deus, aos idólatras, 
cismáticos, maometanos, judeus e ímpios endurecidos, 
que se revoltarão terrivelmente, para seduzir e fazer cair, por 
meio de promessas e ameaças, todos os que lhes forem contrários. 
E, finalmente, Ela deve brilhar em graça, para animar 
e suster os valorosos soldados e fiéis servos de Jesus Cristo, 
que combaterão pelos Seus interesses. 

7º. Enfim, Maria deve ser terrível para o demônio e 
seus sequazes, como um exército disposto em linha de 
batalha (Ct 6, 3.9), principalmente nestes últimos tempos. A razão 
disso é que o demônio intensifica todos os dias seus esforços 
e combates, visto saber bem que tem pouco tempo (Ap 12, 
12), e muito menos do que nunca, para perder as almas. Suscitará 
em breve cruéis perseguições, e armará terríveis emboscadas 
aos servos fiéis e verdadeiros filhos de Maria, pois 
lhe são precisos mais esforços para vencer estes do que os 
outros. 

51. Estas últimas e cruéis perseguições do demônio aumentarão 
dia a dia, até vir o Reino do Anticristo. É principalmente 
a estas que se deve aplicar a primeira e célebre predição 
e maldição de Deus proferida no Paraíso Terrestre contra 
a serpente. Vem a propósito explicá-la aqui, para a glória da 
Santíssima Virgem, salvação dos Seus filhos e confusão do 
demônio. 

“Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência 
e a d'Ela; Ela te esmagará a cabeça, e tu armarás 
ciladas ao seu calcanhar” (Gn 3, 15). 

52. Deus nunca estabeleceu e formou senão uma única inimizade, 
mas esta irreconciliável, devendo durar e mesmo aumentar 
até o fim. É a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e 
o demônio; entre os filhos e servos da Santíssima Virgem e os 
filhos e satélites de Lúcifer. Deste modo, o inimigo mais terrível 
que Deus constituíu contra o demônio é Maria, sua Santa 
Mãe. E Maria, ainda existindo apenas na mente de Deus, 
foi por Ele dotada, desde o Paraíso Terrestre, de tanto ódio 
contra este maldito inimigo, tanta diligência em descobrir a 
malícia desta antiga serpente, tanta força para vencer, aniquilar 
e esmagar este ímpio orgulhoso, que este a teme, não só 
mais que a todos os anjos e homens, mas, num certo sentido, 
mais do que ao próprio Deus. Não é que a ira, o ódio e o 
poder de Deus não sejam infinitamente superiores aos da 
Santíssima Virgem, visto as perfeições d'Ela serem limitadas. 

Mas é que: 
Em primeiro lugar, Satanás, sendo orgulhoso, sofre 
infinitamente mais em ser vencido e castigado por uma pequena 
e humilde serva de Deus, e a humildade desta humilhao 
mais que o poder divino. 

Em segundo lugar, Deus conferiu a Maria um tão grande 
poder sobre os demônios, que eles temem mais um único dos 
Seus suspiros por alguma alma, que as orações de todos os 
santos, e uma só das suas ameaças, mais que qualquer outro 
tormento. Isto foram eles obrigados a confessar muitas vezes, 
ainda que de má vontade, pela boca dos possessos. 

53. O que Lúcifer perdeu por orgulho, ganhou-o Maria pela 
sua humildade; o que Eva condenou e perdeu pela desobediência, 
salvou-o Maria obedecendo. Eva, ao obedecer à serpente, 
perdeu consigo todos os seus filhos e entregou-os ao 
demônio. Maria, tendo sido perfeitamente fiel a Deus, salvou 
juntamente consigo todos os Seus filhos e servos, e consagrou-
os à Divina Majestade (Santo Irineu). 

54. Deus constituiu não somente uma inimizade, mas “inimizades”, 
não apenas entre Maria e o demônio, mas também 
entre a descendência da Virgem Santa e a de Satanás. Isto 
quer dizer que Deus estabeleceu inimizades, antipatias e ódios 
secretos entre os verdadeiros filhos e servos da Santíssima 
Virgem e os filhos e escravos do demônio: eles não se amam, 
nem têm qualquer correspondência interior uns com os outros. 
Os filhos de Belial (Dt 13, 13), os escravos de Satanás, 
os amigos do mundo (não há diferença), até hoje perseguiram 
sempre, e perseguirão mais do que nunca, aqueles que pertencem 
à Santíssima Virgem, como outrora Caim perseguiu 
seu irmão Abel, e Esaú perseguiu Jacó, figuras dos réprobos e 
dos predestinados. Mas a humilde Maria alcançará sempre a 
vitória sobre este orgulhoso, e essa vitória será tão grande 
que chegará a esborrachar-lhe a cabeça, onde reside o seu 
orgulho. Ela descobrirá sempre a sua malícia de serpente, e 
porá a descoberto as suas tramas infernais. Dissipará os seus 
conselhos e protegerá, até o fim dos tempos, os Seus servos 
fiéis contra aquelas garras cruéis. 

Mas o poder de Maria sobre todos os demônios brilhará 
particularmente nos últimos tempos, em que Satanás armará 
ciladas contra o seu calcanhar, ou seja, contra os humildes 
escravos e pobres filhos, que Ela suscitará para lhe fazer guerra. 
Eles serão pequenos e pobres na opinião do mundo, humilhados 
perante todos, calcados e perseguidos como o calcanhar 
o é em relação aos outros membros do corpo. Mas, em 
troca, serão ricos da graça de Deus, que Maria lhes distribuirá 
abundantemente. Serão grandes e de elevada santidade diante 
de Deus, e superiores a toda criatura pelo seu zelo ardente. 
Estarão tão fortemente apoiados no socorro divino que esmagarão, 
com a humildade de seu calcanhar e em união com 
Maria, a cabeça do demônio, fazendo triunfar Jesus Cristo. 

II. Os Apóstolos dos Últimos Tempos

55. Enfim, Deus quer que sua Mãe seja hoje mais conhecida, 
mais amada e mais honrada do que nunca. Isso acontecerá, 
sem dúvida, se os predestinados entrarem, com a graça e 
a luz do Espírito Santo, na prática interior e perfeita que 
seguidamente lhes descobrirei. Verão então, com tanta claridade 
quanto a fé lhes permitir, a formosa estrela do mar, e, se 
obedecerem às suas diretivas, chegarão a bom porto apesar 
das tempestades e dos piratas. Conhecerão as grandezas desta 
soberana e devotar-se-ão inteiramente ao seu serviço, como 
Seus súditos e Seus escravos de amor. Experimentarão as suas 
doçuras e bondades maternais, e amar-lhe-ão ternamente, 
como Seus filhos muito queridos. Conhecerão as misericórdias 
de que Ela é cheia, e sentirão a necessidade que têm do 
seu socorro. Recorrerão sempre a Ela, em todas as coisas, 
como sua querida advogada e medianeira junto de Jesus Cristo. 
Compreenderão que Ela é o meio mais fácil, mais curto, 
mais perfeito para irem a Jesus, e a Ela se entregarão de corpo 
e alma, sem reservas, para do mesmo modo pertencerem a 
Jesus Cristo. 

56. Mas quem serão esses servos, escravos e filhos de 
Maria?
Serão “ministros do Senhor” (Hb 1, 7; Sl 103, 4) que, 
qual fogo crepitante, levarão a toda parte as chamas do Amor 
Divino. 
Serão “setas na mão do Poderoso” (Sl 126, 4), flechas 
agudas nas mãos poderosas de Maria para trespassarem os 
seus inimigos. 
Serão “filhos de Levi” (Ml 3, 3), bem purificados no 
fogo das grandes tribulações, bem apegados a Deus, que trarão 
o Ouro do Amor em seus corações, o incenso da oração 
no espírito, e a mirra da mortificação no corpo.
Serão por toda parte o “bom odor de Jesus Cristo”: 
odor de vida para os pobres, os pequenos e os humildes; odor 
de morte para os grandes, os ricos e orgulhosos mundanos (2 
Cor 2, 15-16). 

57. Serão “nuvens tonitruantes” ( Mc 3, 17; Sl 103, 7), 
que voarão pelos ares ao menor sopro do Espírito Santo. E, 
sem se apegarem a coisa alguma, nem se admirarem ou inquietarem, 
espalharão a chuva da Palavra de Deus e da Vida Eterna. 
Bradarão contra o pecado, clamarão contra o mundo, 
fulminarão o demônio e seus adeptos. Atravessarão de lado a 
lado, para a vida ou para a morte, com a espada de dois gumes 
da Palavra de Deus (Ef 6, 17; Hb 4, 12), todos aqueles a 
quem forem enviados da parte do Altíssimo. 

58. Serão verdadeiros apóstolos dos últimos tempos, a 
quem o Senhor das virtudes dará a palavra e a força para operar 
maravilhas e arrebatar gloriosos despojos ao inimigo. 
Dormirão sem ouro nem prata e, o que é mais, sem cuidados, 
no meio dos outros sacerdotes eclesiásticos e clérigos (Sl 67, 
14). Terão, no entanto, as asas prateadas da pomba, para irem, 
com a reta intenção da glória de Deus e da salvação das almas, 
aonde o Espírito Santo os chamar. Deixarão após si, nos 
lugares onde tiverem pregado, o ouro da caridade, que é o 
cumprimento de toda a Lei (Rm 13, 10). 

59. Sabemos, enfim, que serão os verdadeiros discípulos 
de Jesus Cristo, que seguirão as pegadas da sua pobreza, humildade, 
desprezo do mundo e caridade. Ensinarão o estreito 
caminho de Deus na pura verdade, segundo o Santo Evangelho 
e não segundo as máximas do mundo, sem se colocar em 
inquietação nem fazer acepção de pessoas, sem poupar, escutar 
ou temer nenhum mortal, por poderoso que seja. 

Terão nos lábios a espada de dois gumes, que é a Palavra 
de Deus; trarão aos ombros o estandarte sangrento da Cruz, 
o crucifixo na mão direita, o Rosário na esquerda, os sagrados 
nomes de Jesus e Maria no coração, e a modéstia e 
mortificação de Jesus Cristo em toda a sua conduta. 

Eis os grandes homens que hão de vir, mas que Maria 
suscitará por ordem do Altíssimo, para estender o seu Império 
sobre o dos ímpios, idólatras e maometanos. Quando e como 
acontecerá isto?... Só Deus o sabe. Quanto a nós, apenas nos 
compete calar, rezar, suspirar e esperar: “Esperei ansiosamente o 
Senhor” (Sl 39, 2).